quinta-feira, 10 de agosto de 2017

OFICINA SANGUE DE BOI - RESULTADO

Fazer uma oficina  de um vidrado, como é o Sangue de Boi, é um desafio, para mim. Tudo num dia: preparar as soluções, passar nas peças, enfornar e queimar a 1263oC.
Ainda tem a redução que precisa ser correta, senão não ¨sangra¨.
 Meu forno é cilíndrico, funciona com apenas um maçarico potente, 50 kcal, que permite fazer a redução.
Fiz uma queima rapidíssima, em 3 horas apenas, até a temperatura acima. Depois começa a redução mais completa, pois inclusive na subida da temperatura já vou reduzindo, no próprio maçarico.
É muito compensador trabalhar junto com um bom grupo de pessoas, interessadas no assunto e de astral suave. Tudo acontece normalmente, flui.  O dia estava espetacular, a cerejeira do Japão estava no ponto máximo da sua floração, dando uma agradável sombra cor de rosa, ao lado do ateliê.
As peças abaixo foram feitas pelos participantes da oficina!


A peça acima ficou vermelha com manchas azuis, aquela pintura característica de chama.
Quando a redução, em algumas áreas do forno, não funciona perfeitamente, devido à circulação interna, ou por estar mal vedado o forno, aparece o verde cobre. Gosto desta mistura, já que funciona como tendo sido pintada pela chama redutora e  pelo vento oxidante.


A queima de fogo sempre tem aquela  atração, trabalhamos na transformação, manipulando a
queima, buscando o acerto.
Com esta oficina terminou a sequência de encontros que começou no ano passado, com oficina de modelado de Máscaras, Raku, depois confecção de massas de alta temperatura, massa para raku, massa texturizada, pesquisa de vidrado pelo método Triaxial, Vidrado de Cinzas e, por último, o clássico Sangue de Boi. Foram oficinas onde mostrei o meu trabalho, como eu faço e passando adiante a minha forma de trabalhar. São muitas as maneiras de se fazer cerâmica, praticamente vou abrindo meu próprio caminho, encontrando resultados e  redirecionando, sempre, minha meta. Serendipicidade!
Obrigado à todos!

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