terça-feira, 29 de agosto de 2017

PREPARO DE ERVA MATE -Evento - dia 02.09.17

Sou daqueles que tomam chimarrão todos os dias. Acordo de madrugada, ainda escuro, para contemplar o céu estrelado (baixo percentual anual de noites estreladas aqui na encosta da Serra do Mar aqui em Quatro Barras-PR)  e tomar um mate.  Como  está chegando a primavera  o espetáculo de sons matinais, das aves, é maravilhoso. Para quem aprecia a Natureza, todo dia, toda hora, é um novo espetáculo.
   Na chácara onde moro tem muitas árvores de Ilex paraguariensis, no sistema agrofloresta. Ela consorcia-se bem com a Araucária angustifolia, nosso Pinheiro Paraná.
O vidrado da cuia acima é uma redução com vidrado de ferro, em alta temperatura, à gás.
Tenho muitas fotos de cuias que produzo, mas meu computador está com muitos problemas e para comprar um MAC novo preciso vender muitas cuias.
Depois que aprendi a processar a erva mate,  tornei-me independente.  
Tem alguns macetinhos que fui aprendendo para simplificar a produção. Tive que comprar um picador de vegetais para obter a textura para preparar o mate. Inicialmente fazia na porrada, para quebrar as folhas e galhinhos secos.
Em resumo, corto os galhos, podando a ervateira, deixando no mínimo 30% dos galhos com folhas, para que a árvore não sofra na recuperação. Seleciono e depois procedo ao "sapeco", que é colocar as folhas sobre o fogo, rapidamente, para "abrir o ôlho", que foi a tradução que encontrei para este ter-
mo. Depois seco as folhas e pequenos galhos dentro de um forno de pão ou pizza. Então, moo num picador com peneira.
Evidentemente que preparo pequenas quantidades, apenas para meu consumo. Num dia preparo 6 a  8 kgs que me sustentam por um bom período. Quando termina, refaço a operação.
Então, a oficina será isso: colheita, seleção, sapeco,  secagem, moagem e partilha: pronto para o consumo. Como capacidade do forno não é muito grande, serão produzidas várias bateladas.
É um sistema caseiro que preserva o perfume intenso que possuem as folhas de erva mate, desconhecido por quem compra erva mate de procedência duvidosa . Ela, a erva mate produzida, pode ser guardada para ser consumida mais tarde, 8 meses, como recomendava a legislação antiga de produção e venda desta deliciosa bebida de origem indígena, nomeada cientificamente pelo Saint Hilaire, quando passou pelo Paraguai. É só pesquisar na Internet para saber das qualidades da erva mate e dos produtos que a Alemanha nos envia, preparados com a erva mate quem importaram de nós.
Preço da  Oficina = $ 100,00 - Vai durar o dia todo e, no final, será repartida a produção!
Almoço e lanche, incluso. Início 9h, término às 17horas.
Passando a cuia o tempo todo!
Para participar, entre em contato!

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Pintura Livre - Vertimento


Há anos venho tentando entender e desenvolver a pintura livre. A técnica é a do vertimento.. É muito difícil porque fica aquele resultado borrado se o gesto não for espontâneo, porém muito controlado. O preto no branco tem o contraste  ideal, você pode estar olhando a figura branca ou a preta, duas realidades. Fiquei durante anos pintando essa técnica, mas somente vez por outra sentia-me satisfeito. Na maioria dos casos achava o resultado como algo mal feito. Não é só deixar escorrer o vidrado, não funciona! 
A pia acima, estudei como deveria fazer a pintura, treinei, mas quando compreendi como deveria fazer, zapt, em alguns segundos a pintura estava pronta. Queima = raku !   Queria o contraste, mas a encomenda da pia já estava feita, preto no branco. Gostei!
 
Nas postagens anteriores sempre aparecem peças decoradas com esta técnica, se quiserem comparar e verificar a evolução é só ir clicando.
Atualmente, quando acho que o resultado apresenta alguma falha, ou não concorda com harmonia do conjunto, faço retoques, de leve. É só estudar, prender a respiração e zapt!

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

OFICINA SANGUE DE BOI - RESULTADO

Fazer uma oficina  de um vidrado, como é o Sangue de Boi, é um desafio, para mim. Tudo num dia: preparar as soluções, passar nas peças, enfornar e queimar a 1263oC.
Ainda tem a redução que precisa ser correta, senão não ¨sangra¨.
 Meu forno é cilíndrico, funciona com apenas um maçarico potente, 50 kcal, que permite fazer a redução.
Fiz uma queima rapidíssima, em 3 horas apenas, até a temperatura acima. Depois começa a redução mais completa, pois inclusive na subida da temperatura já vou reduzindo, no próprio maçarico.
É muito compensador trabalhar junto com um bom grupo de pessoas, interessadas no assunto e de astral suave. Tudo acontece normalmente, flui.  O dia estava espetacular, a cerejeira do Japão estava no ponto máximo da sua floração, dando uma agradável sombra cor de rosa, ao lado do ateliê.
As peças abaixo foram feitas pelos participantes da oficina!


A peça acima ficou vermelha com manchas azuis, aquela pintura característica de chama.
Quando a redução, em algumas áreas do forno, não funciona perfeitamente, devido à circulação interna, ou por estar mal vedado o forno, aparece o verde cobre. Gosto desta mistura, já que funciona como tendo sido pintada pela chama redutora e  pelo vento oxidante.


A queima de fogo sempre tem aquela  atração, trabalhamos na transformação, manipulando a
queima, buscando o acerto.
Com esta oficina terminou a sequência de encontros que começou no ano passado, com oficina de modelado de Máscaras, Raku, depois confecção de massas de alta temperatura, massa para raku, massa texturizada, pesquisa de vidrado pelo método Triaxial, Vidrado de Cinzas e, por último, o clássico Sangue de Boi. Foram oficinas onde mostrei o meu trabalho, como eu faço e passando adiante a minha forma de trabalhar. São muitas as maneiras de se fazer cerâmica, praticamente vou abrindo meu próprio caminho, encontrando resultados e  redirecionando, sempre, minha meta. Serendipicidade!
Obrigado à todos!