quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Feira Verde- Oficina Raku

Participo de grupo de Orgânicos, o que inclui agricultores com certificação Orgânica, pessoas que se interessam pela causa ambiental de preservação e que tem cuidado com sua alimentação. Este grupo reune-se há doze anos, mensalmente, trocando idéias, métodos de cultivo e conhecimento, além da preciosa convivência.
Dentro da idéia comunitária está sendo promovida esta pequena feira para mostrar o que é produzido pelo nosso grupo = produtos orgânicos, coloniais e artesanais e, claro, arte!
 Uma oficina rápida de Raku é o que me propus fazer. Som ao vivo de boa qualidade e palestra sobre o Despertar da Consciência e o Calendário Maia, ...
Esta feira acontecerá no Sítio Porangaba que é onde funciona o meu ateliê e o Terra Brasil Café.
O Terra Brasil Café apresentará um almoço Vegetariano, especial para o evento.
Tudo isso na mais antiga estrada do Paraná, a belíssima Estrada da Graciosa.
Conceito: Alimentação saudável, Desenvolvimento Sustentável, Noção de Limite, Convivência Harmônica.

sábado, 11 de julho de 2015

FORMATOS ARQUEOLÓGICOS


O vaso acima, conhecido formato marajoara, joanes pintado, é repetido por várias comunidades arquelogicas. No Noroeste da nossa América do Sul ainda é usado pela cerâmica popular. 
Tenho sido sempre influenciado pelos formatos arqueológicos. Estamos sempre repetindo esses formatos, a base, a "barriga", o pescoço e a boca. Não fujo disso. Continuo torneando essas formas, inspirando-me nelas. 
Os vasos acima, recém torneados para a Vivência de sábado, tem essa direção. São esses os vasos que preparei para o raku. A massa tem os tradicionais materiais resistentes ao choque térmico: chamote, areia e talco. Não sigo marcadores para repetir formatos. Sempre torneio pensando numa forma e vou atrás dela, sem preocupações. Quando pego nova pelota de barro, minha cabeça já avançou e 
faço novo formato, às vezes nada parecido com o anterior. 
Quanto aos formatos, acho até que o conhecido que está no canto superior esquerdo, é uma corruptela de um vaso arqueológico. Pode ser viagem minha, mas quando estou torneando esse formato penso nisso: que tem a ver com a influência arqueológica.
Aqui na área rural de Quatro Barras, região Metropolitana de Curitiba, a floração da sakurá é um pouco tardia. Somente agora é que as flores começaram a dar o ar de sua graça e vai abrilhantar o meu espaço por uns 20 dias.  As baitacas e várias outras aves vêm comer flores, como o sanhaço, o tié velho e até saíras. Maravilha, espetáculo!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

quarta-feira, 8 de julho de 2015

sexta-feira, 3 de julho de 2015

BATE PAPO FNAC - 03 DE JULHO



Será hoje às 19h30m, no Café da Livraria FNAC do Shopping Barigüi, aqui em Curitiba. Mostrarei algumas peças, durante o Bate Papo, que durará cerca de meia hora, quarenta minutos. Vou apresentar um Power Point, mostrando o que é o meu trabalho. Depois, as peças retornam ao meu ateliê, mas as fotos, que coloquei ontem, 50x70 cm2, permanecerão até o final do mês.
É uma oportunidade de mostrar minha maneira de trabalhar, já que minha divulgação é  apenas no meu ateliê e no Terra Brasil Café.

Claro, quero ampliar essa divulgação!


Solstício de Inverno, 2015. Em primeiro plano a Araucária, em extinção, ao fundo o Pico Paraná, o ponto mais alto do sul do Brasil. 

sábado, 20 de junho de 2015

Oficina de RAKU



No Dia 18 de julho, darei uma Oficina de Raku,  no meu ateliê. São as oficinas que acontecem aqui no meu espaço, com o apoio do Terra Brasil Café.
Os interessados devem entrar em contato pelo meu hotmail.  

BATE PAPO FENAC - CURITIBA - 3 /julho-19h30m


No dia 3 de julho próximo, às 19h30m, na Cafeteria da Fnac, em Curitiba, no Shopping Barigui, estarei falando sobre o meu trabalho de cerâmica. Será uma oportunidade para conversar a respeito do que estou pesqauisando em Cerâmica. Levarei algumas peças cerâmicas para mostrar na oportunidade e deixarei, também, expostas, algumas fotos e formas planas, nesta mesma cafeteria, que ali permanecerão até o final do mês de julho.
As experiências com rochas e minérios, principalmente a malaquita, magnetita, pegmatito, granito,   tem um cunho particular, pois trabalho sozinho, pesquisando na literatura que vou adquirindo e com o suporte do curso de Engenheiro Químico, concluído aí pelo final da década de setenta do ... século passado. Também, o curso à distância, muito proveitoso, do Instituto Condorhuasi, do Maestro Chiti, com duração de dois anos, influiu na minha visão técnica/artística do que realizo. Além disso, mais Simpósios e Congressos que fui freqüentando.
O que vou mostrar, é o meu caminho. Os materiais que uso, os fornos e as massas. Até descobertas inéditas, como o efeito pelotas, da foto abaixo.

A independência na fabricação de massas adquiri há muito tempo, pois os materiais estão disponíveis e muito mais baratos do que comprar massa pronta. Além disso, o caminho fica mais interessante. A cerâmica inteira, desde a fabricação de massas, construção de fornos, até os vidrados produzidos artesanalmente, o aprendizado do uso do torno, vão construindo uma trajetória individual. Inventar mesmo? Alguma coisa, como a técnica de pelotas! Mas o caminho inteiro tem que ser reinventado e adaptado às condições a que estou sujeito. O resultado é o meu resultado. É o que consigo ver e fazer com minha habilidade, condições materiais  e  visão da cerâmica.
Vidrado de redução de malaquita, minério de cobre, 1263 oC, forno à gás.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

VIDRADOS DE CINZAS

A variedade de cinzas disponíveis para quem tem um pouco de paciência é grande. Comecei a usar, inclusive, cinzas de pinhão, o fruto do nosso pinheiro paranaense, Araucária angustifolia. Depois de consumir o conteúdo, a casca queimo e faço os procedimento de praxe para usar na composição de vidrados. Peneirar, lavar várias vezes e depois calcinar a 900 oC. Agora, em pleno outono, as árvores que perdem as folhas nesta estação, estão cobrindo o solo, repondo o material consumido do solo, para prosseguir o curso da vida e adicionando mais um pouco de matéria orgânica adquirida com a fotossíntese. É só ajuntar e trabalhar! Cada folha tem composição diferente, em função do tipo de solo, processos internos da própria árvore. Aí é que fica interessante, fazer esta pesquisa e ir usando de acordo com a disponibilidade. As cinzas contem sílica, cálcio, magnésio, sódio,potássio, ferro, em seus óxidos, principalmente.
Uso muito fogão à lenha, o velho fogão caseiro. As lenhas que queimo sao das árvores que tem aqui no espaço onde moro. Aproveito os galhos que caem naturalmente e normalmente já estão secos. A imbuia e a gabirobeira  são as minhas preferidas para usar como aquecimento, principalmente à noite. Velhos serões, que lembram o Monteiro Lobato, para quem na infância teve a oportunidade de ler a coleção de livros infantis, cuja influencia vai se arrastando vida afora.
Mês passado ministrei uma oficina de vidrados de cinzas aqui no meu ateliê. Doze pessoas, número excelente para formar uma massa interessante e interessada. Menos de 8 pessoas é pouco, mais de 12, o aproveitamento decai. A oficina foi organizada pela Risolete, ceramista que tem um ateliê chamado Barracão do Barro, aqui de Curitiba, com suas alunas. Turma excelente!
Fiz uma apostila com o conteúdo teórico clássico das composições de vidrados de cinzas e mais uma maneira de pesquisa que desenvolvi para ceramista que possuam fornos elétricos, cuja temperatura não ultrapassa 1200 oC.
Trepadeira nativa, meio sem graça, quero dizer, não ornamental, brinda, para os menos distraídos, com este receptáculo de sementes, antes de se fragmentar. Cada sementinha solta-se e vai  passear levada pelo vento, parecendo um paraquedas.  Reproduzi a parte externa em cerâmica, com 50 cm de altura, mais ou menos, ficou parecendo um chuchu. Desisti, reaproveitei a massa....






sábado, 31 de janeiro de 2015

ROCHAS, MINÉRIOS E MINERAIS CERÂMICOS = 1 = MALAQUITA



Malaquita-minério de cobre


A quantidade de matéria-prima disponível ao ceramista, gratuitamente, na natureza, é uma dádiva.
Venho de estar usando, há muito tempo, tudo que encontro, em meus passeios, e que possa servir ao meu propósito cerâmico. Não ando tropeçando em rochas diferenciadas o tempo todo, mas estou atento e ao me deparar, em alguma situação, com o que me interessa, dou um jeito correto de conseguir.

Esta pedra, mineral, é um minério de Malaquita, um carbonato de cobre, de cor típica azul aturquezada.

Com essa pedra consigo fazer, tanto no raku, quanto em alta temperatura o vermelho de cobre. Esta coloração é sempre procurada porque, no Raku, por exemplo, o vermelho conseguido com a redução do cobre, óxido de cobre ou carbonato de cobre, em cobre metálico, é um dos resultados mais fantásticos e, dependendo da composição do esmalte (vidrado), muda o tom do vermelho. Juntamente com o ferro, na alta temperatura, os resultados são clássicos. O sangue de Boi, O Celadon e o Tenmoku.

Raku -c/ Malaquita









Esta figura, usando no vidrado minério de cobre e um pouco de minério de ferro possui várias tonalidades. Desde o verde, o amarelo, o vermelho e, também, o preto. Este  não é do esfumato da serragem, próprio do Raku, mas devido ao alto teor de ferro, com o cobre.  (música de fundo, Chico Buarque: ... então eu vendo o realejo, quem vai levar?...)








Sangue de Boi-1270 oC







Este vaso tem  praticamente a mesma composição do vidrado anterior, só que de alta, de redução, feito com o minério de cobre, malaquita O resultado é  conhecido como Sangue de Boi.
A redução de alta temperatura, desta peça, em forno à gás, não é tão fácil quanto à do  raku, compensa pelo resultado é solidez da alta temperatura.










Xaxim , desenrolando a folha.






terça-feira, 6 de janeiro de 2015

CURSOS DE CERÂMICA BÁSICA no PARANÁ


Turma de Cacatu, Antonina!

Durante 5 anos ministrei cursos de cerâmica Básica, para a área Rural, principalmente na Região Metropolitana do Paraná, seguindo a apostila do Senar que eu escrevi. Treinei instrutores para repicarem o curso em todo o Estado. Esta apostila é entregue a cada participante do curso,  tudo patrocinado pelo Senar. Os instrutores atuaram em todo o Estado do Paraná.

No ano passado, encontrei-me novamente com os instrutores para uma reciclagem e troca de informações sobre o que aconteceu durante os cursos, os problemas, acertos, o agradecimento pela oportunidade de dar o curso e o agradecimento das pessoas que fizeram o curso e aproveitaram para as suas vidas. Também por tratar-se de um curso que teve a oportunidade de ser seguido conforme a apostila, foi muito interessante, não é apenas um pequeno livro de Cerâmica Básica, ele também é um manual foi seguido à risca, implantado e os resultados colhidos, erros corrigidos, etc.


Foram construídos mais de 100 fornos destes que aparecem nas fotos, em todo o Paraná. É um modelo que bolei baseado na minha experiência, livros, principalmente usando o forno e corrigindo o que não estava certo. Todavia, desde o princípio, o modelo funcionou. O esquema de suporte das peças, internamente sofreu melhorias, inclusive com as opiniões dos instrutores, que foram aperfeiçoando o modelo. Neste encontro de reciclagem, deixamos o assunto em dia e fiquei feliz com os instrutores que estão levando o curso adiante.
São  cursos de 64 horas, 8 dias. Não dá prá ensinar a pescar somente, é preciso ajudar a vender o peixe. Talentos? Está cheio de pessoas com muito talento, sem oportunidades, lutando pela sua sobrevivência financeira.  É necessário uma continuidade, não dá para abandonar uma comunidade após um curso, ou dois, ou três. É preciso mais, persistir  dando apoio, até que as pessoas peguem o embalo, a velocidade.
As experiências do Parque da Serra da Capivara e do Ñadeva de Fó do Iguaçu, acredito serem modelo para muitas comunidades. O primeiro aproveitando o rico patrimônio arqueológico rupestre e usando-o  na decoração da cerâmica e o segundo, na tríplice fronteira, contou com o apoio da Itaipu. Todos os dois foram apoiados e, principalmente, contaram com a ajuda deles próprios, lutando com garra e acreditando neles mesmos.
Foi uma rica experiência que vivi indo nessas comunidades, com as pessoas, procurando "barro"para fazer uma massa cerâmica, o carinho que recebi, o quanto aprendi ensinando, e, também, vivendo a realidade local.
Ainda  acredito que é possível uma sociedade melhor, com a partilha humana dos recursos do planeta e respeito por todos.
 Tem muitas cidades do Paraná com potencial para transformarem-se em centros de desenvolvimento de arte cerâmica. Tibagi, por exemplo, com sua rica história, como o Caminho do Peabiru, Arqueologia indígena (são encontradas grandes quantidades de artefatos indígenas), tropeiros, pinturas rupestres, o cânion do Guartelá, sua beleza cênica, tudo isso é mote suficiente. Antonina, Guaraqueçaba,....