segunda-feira, 8 de março de 2010

ANTONINA Curso de cerâmica Básica








Mês de fevereiro, calor intenso, chegando próximo dos 40 graus. Mesmo assim, com muito ânimo e pessoas interessadas, ministrei o Curso de Cerâmica Básica,no Siri do Portinho, Antonina, nossa joinha da Baía de Paranaguá. Foram 8 dias de aulas.
O espaço construído pelo Governo Estadual é de primeira qualidade, espaçoso e com material de primeira, novo. A biblioteca deixou-me até emocionado, pois vi ali um panorama da literatura mundial e nacional, com livros novos, contei aproximadamente uns 500, selecionados por alguma pessoa especializada em literatura e comprometida com o desenvolvimento do Ser Humano, doados também pelo governo estadual. Assim dá gosto ver algo concreto, que não sejam livros velhos, para encher linguiça e que não trazem cultura para ninguém. Nosso povo merece ter à disposição esse material todo. Se as pessoas vão ler, são outros quinhentos, mas aí vai o incentivo, estão alí, e o primeiro passo está dado e corretamente.
Ensinei as técnicas Básicas de Cerâmica: encontrar uma massa que funcione, como amassar, depois como esticar placas, colar, modelados livres. Também sempre acho necessário pesquisar junto às pessoas e saber o que elas gostariam de fazer. Normalmente, quem nunca trabalhou com cerâmica fica meio perdido, sem saber como começar. Daí parto prá um exercício de entrosamento com o material. Mexer com a argila, misturar e fazer algo sem pretensão, tentar deixar sair de dentro de sí uma figura, um objeto. Algumas pessoas retornam à sua infância com panelinhas e bonequinhos. Daí já está firmado o começo. É só continuar. Aqui em Antonina, neste curso, estava a Magda que faz uma cerâmica, construída com rolinhos e decorada com flores, principalmente, que já é um trabalho sedimentado e é uma doação ela participar e ensinar também o que aprendeu. Ela produzia, maceteado, "telhas"para peixes assados, com uma forma especial para isso e deixou que as pessoas usassem sua forma e copiassem. É sempre bom contar com alguém com mais experiência e que gosta realmente da cerâmica. Isso dá um impulso no ensinamento e melhora o clima, deixando de lado qualquer tipo de competição.
Fiquei muito contente com o resultado destas aulas. Houve uma dedicação por parte de todos e os trabalhos apareceram bem acabados e prontos para a venda. Há que se considerar que o "Siri do Portinho"além de servir refeições nos finais de semana, tem um espaço para exposição de artesanato para venda.
A queima foi um pouco difícil porque os alunos tem dificuldade de levar a sério a necessidade de lenha muito seca e que faça muito fogo e pouco brasa. Assim, vão deixando prá última hora e como choveu demais nestes meses, a lenha que apareceu era de madeira de construção, venha, encupinzada e encharcada, principalmente. Mas isto, fora o trabalho que me dá, serve como aprendizado. O eucalipto continua sendo a melhor opção para queima, pois sendo uma lenha de reflorestamento, exótica, mas não envasiva, sempre se encontra. Sobre isso, hoje estou com uma opinião até um pouco diferente da que já tive, acho necessário que se plantem espécies para queima, assim vamos deixando de lado o desmatamento desenfreado de espécies nativas, em extinção e, principalmente, da nossa Mata Atlântica , tão rica, exuberante e tão desvalorizada por nós.